Monday, December 11, 2006

Na Curva de um Rio, Mungubas

"Na Curva de um Rio, Mungubas - apresenta um virtuoso experimento literário de um autor que faz do mundo e cidades uma geografia em prosa - quase memória – capaz de revelá-lo, nas suas andanças e latitudes, sem que o leitor precise lançar mão de oráculos, mapas astrológicos ou cartografias. Marcos Freitas é professor universitário, formado em engenharia civil, com especialização em recursos hídricos e meio ambiente, mas antes de tudo, é poeta. Nasceu em Teresina e passou a infância/adolescência no Barrocão - a mesma rua que o poeta Torquato Neto imortalizou em verso e canção: “Toda rua tem seu curso/Tem seu leito de água clara/Por onde passa a memória/Lembrando histórias de um tempo/Que não acaba...Ê, São João, ê, Pacatuba/Ê, rua do Barrocão/Ê, Parnaíba passando/Separando a minha rua/Das outras, do Maranhão”. Dos fragmentos da sua prosa arma-se a tessitura de achados em alfarrábios, postais e viagens. Estaria sua alma perdida? nos provoca - o autor -, do labirinto da sua linguagem e, espera da nossa parte, que nos achemos com ele nestas ciladas. Ele sabe que das palavras nos afeiçoamos e, por meio delas, passamos a gostar com a alma, que tudo desvela. Garimpando sua oficina-lavra Marcos Freitas extrai de si e da sua vivência uma imanência capaz de transcendê-lo e nos tocar. Cá estamos com o seu inventário de mil e uma noites - remontados os moinhos e cruzadas - atravessamos pontes no Vltava, guerreamos cavalos de paus nos baldios, quintais e barrancos de rio. Ele exige que seja preenchida a página de nossas vidas. O que podemos esperar de um poeta? Que dê nome às mulheres – Sabrine com uma bicicleta -, por exemplo. Que dê forma a pássaros em revoadas e deixe pegadas. Rememore pedaços de tardes vagas e indique vestígios de cidades. Na Curva de um Rio, Mungubas, deixamos para trás a identidade perdida ou não definida e nos reinventamos personagens aos trancos de narrativa – à deriva – sob o signo da poesia. Seguimos de improviso por rotas imprevistas e paragens iniciáticas, só com o troco da passagem, conjugados na primeira pessoa do plural: autor e leitor." (Fred Maia, Brasília-DF, 30 de julho de 2006)
118 páginas - formato 13,5x21,0 cmEdição: Câmara Brasileira de Jovens Escritores

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