Thursday, October 27, 2011

Lançamento de livro Inquietudes de Horas e Flores, de Marcos Freitas, na 1ª Bienal de Poesia do T-Bone (Poesia na Rua)


INQUIETUDES DE HORAS E FLORES (Edição bilíngue: português-espanhol)
Marcos Freitas. 1ª ed., Rio de Janeiro, Editora Livre Expressão, 2011
ISBN: 978-85-7984-262-7
Tradução: Carlos Saiz
O livro foi editado sob os auspícios do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC).

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=9048602&sid=97511819713721548787309074

Inquietudes de Horas e Flores, décimo livro de poesia de Marcos Freitas (edição bilíngue)

IRREVERSIBILIDADE

o tempo presente,
presente de um deus?
o tempo passado,
passado sem os meus.
o tempo futuro,
futuro para os seus?

IRREVERSIBILIDAD

el tiempo presente,
¿presente de un dios?
el tiempo pasado,
pasado sin los míos.
el tiempo futuro,
¿futuro para los suyos?

Marcos Freitas. Do livro “Inquietudes de Horas e Flores” (edição bilíngue: português-espanhol; 2011). Tradução de Carlos Saiz.
A edição do livro contou com os auspícios do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC).



MARCOS FREITAS: COMO ÁGUA PELA TERRA

(Prefácio do livro Inquietudes de Horas e Flores, de Marcos Freitas, a ser lançado na 21ª edição do Sarau Videoliteromusical Poemação)

O que mais impacta na poesia de Marcos Freitas é a harmonia e sensibilidade com as quais entrelaça assuntos cotidianos com paixões, mantendo o tom de inocência e humor, e conseguindo ser leve e profundo ao mesmo tempo. Acaso, porque a água é o elemento com que o poeta trabalha - seus conhecimentos sobre Hidrologia são bem testemunhados na área científica e profissional -, assim como a água o poeta se desliza com elegância e força pela vida e relacionamentos, por entre os vales da tristeza e as alegrias infantis, entre o fogo do erotismo e as normas da sociedade. Há também um olhar crítico, como no poema pseudo-irônico Alfabetização, sobre o sistema educativo: alfabetizou-se pelo MOBRAL/teve assistência do Projeto Rondon.... Apesar dos acidentes do caminho, como a água sua escrita é certeira, reflexo desse movimento interior, calmo e compensado, de equilibrista.

Como em muitas das vanguardas poéticas, consta nele a preocupação sobre a forma como continente insuficiente. O poeta é consciente das limitações da palavra e de suas batalhas de fronteira com o silêncio: pudesse eu compreender/o poder da palavra,/da fala,/mesmo quando esta/ao fim se cala.

Igualmente encontramos referências a outras leituras e autores em forma de intertextualidades, como no caso de Calderón de la Barca: uns dizem que os sonhos devem ser vividos/outros que eles devem ser divididos/já outro que sonhos sonhos são. A filosofia combina bem com a dúvida criativa: quase nunca/quis saber bem/como de fato você é...quase nunca/sei o que você é./quase nunca/sei o que nós somos.

Há em muitos momentos referências à infância, sem cair na brandura excessiva, renovando as visões, a linguagem, as lembranças. Tem os olhos de um menino sábio, quando se vê no foto taboca, quando come cocada (quebra-queixo), quando o cheiro do coco queimado traz memórias, quando brinca de imaginar lugares míticos em paisagens reais (Sete Cidades).

A magia coabita sem contradições. Vai pelo urbano e pelo mato, pelo interior e pela modernidade, sem trocar de sapato. E não precisa, porque suas palavras se adaptam ao contexto com originalidade. São às vezes meditações sobre a realidade, sem pretender mudá-la, outras vezes, são observações detidas no tempo, procurando o eterno atemporal que reside nos objetos e nas cenas, e até são brincadeiras verbais com duplo sentido.

Enfim, ler Marcos Freitas é entrar na reflexão sobre a realidade mais próxima, de viagem para dentro, e é estar na realidade com consciência de observador atento, sabendo que através dos olhos, como da palavra, estamos mostrando nosso coração.

Alicia Silvestre
Poeta, professora universitária e tradutora.

Lo que el poeta siente

(Posfácio do livro Inquietudes de Horas e Flores, de Marcos Freitas, a ser lançado na 21ª edição do Sarau Videoliteromusical Poemação)

¿Será que eso solamente le importa a quien escribe? ¿Será que nadie acude a la percepción poética del autor? ¿A sus versos inflamados, pasionales, libres?
Me preguntaba esto mientras leía la versión castellana de los poemas de Marcos Freitas, quien presenta un trabajo de alta jerarquía en versos simples y graves.
Es precisamente él mismo, quien se cuestiona: “casi nunca/sé lo que eres./casi nunca/sé lo que somos”, abriendo paso a una perceptible duda existencial, que además se nutre también de su propia juventud ansiosa y cuestionadora: “Entender de la palabra apenas una faz secreta…hasta cuando al fin calla” Es el secreto a voces que el poeta intenta revelar, muchas veces maldiciendo su suerte, pero tratando siempre de golpear donde más duele y de alguna forma llegar a alguien. Porque sin ese alguien no existe la posibilidad de que la poesía exista. Generalmente nos cuestionan a los poetas la oscuridad de nuestros textos y sobre esto se ha dicho tanto y con tanta frecuencia, que es casi redundante aclarar que la palabra poética nace en un sitio diferente, no se puede leer como una carta. La palabra poética se escurre entre los sueños, al decir del poeta: “unos dicen que los sueños deben ser vividos/otros que deben ser divididos/otro que los sueños, sueños son” –en versos de Calderón de la Barca- ¿Qué es la vida? Un frenesí. ¿Qué es la vida? Una ilusión, una sombra, una ficción, y el mayor bien es pequeño…

Sin embargo la concepción de Marcos sobre el poeta se sintetiza en una definición bien elocuente, cuando dice: “El poeta es un cretino/que ama sin destino”. Si vamos a la definición etimológica de Wikipedia, por ejemplo, un cretino es una persona de poca inteligencia o estúpida. ¿Podemos creer realmente que Freitas se considera a sí mismo y a sus congéneres, cretinos y por otra parte, que aman sin destino? Podría ser si se lee por ejemplo el poema Cuadro, en que el poeta quisiera describir a una mujer en colores, poniendo en lugar de sus senos trazos rápidos y que además adoraría borrar todo ese cuadro con un chorro de tinta. Pero sin embargo en su juego poético normaliza su verbo dejándonos saber que: “tu ausencia/ gran vacío/apenas/ramas de árboles/se balancean/frente a mi ventana”.

De todo ese valeroso enfrentamiento consigo mismo, con sus moléculas cerebrales y con sus células sensitivas, descubrimos un ser que sabe que la vida fluye, que el tiempo pasa, que desconoce quién los va a medir o a apagar (terminar), que desconoce además si va a salir ileso del batir del corazón de su amada y que intenta reciclarse a tiempo, usando sus poemas: “mis versos: cartones sucios de envoltorios viejos/mis rimas: latas de cervezas aplastadas con los pies.”

En definitiva son Inquietudes de horas y flores en tinta de un poeta joven, que desde un cerrado de concreto, respirando un clima árido, pinta con sangre los precipicios de sus actos y sabe muy bien el sabor de sus momentos, mientras roe ruidosamente sus líneas inéditas.

Roberto Bianchi, Uruguay.


Sobre a Bienal:

Primeira edição da Bienal Lado B leva poesia para a comercial da 312 Norte

Felipe Moraes
Publicação: 26/10/2011 10:03 Atualização:
Em Brasília, lugar de poesia agora é na rua. Com a extinção da Bienal Internacional de Poesia, os artistas da cidade, liderados pelo Movimento Viva Arte, montaram, às pressas, a Bienal do B, evento gratuito agendado para hoje, amanhã e sexta, sempre a partir das 18h, na quadra comercial da 312 Norte, endereço do Açougue Cultural T-Bone. Luiz Amorim, proprietário da casa, reforça a vocação do festival poético, que deve ter uma segunda edição já em junho do ano que vem — “desobedecendo” assim à periodicidade de dois anos. “Estamos calculando, nas três noites, que podemos ter cerca de 10 mil visitantes. Talvez aqui seja a primeira bienal de rua. A cidade vai ganhar muito com ela”, conta o empresário.

mais informação e programação:

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2011/10/26/interna_diversao_arte,275653/primeira-edicao-da-bienal-lado-b-leva-poesia-para-a-comercial-da-312-norte.shtml

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